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Publicado em 20/10/2014
Seca piora qualidade da água

 

Rio Tietê: espuma gerada pela cidade de São Paulo com o uso industrial e domésticos de produtos de limpeza. Foto: Eurico Zimbres

 

Contaminação das águas é agravada pela falta de chuvas e diminuição da vazão dos rios

 

Em 2014, o Estado de São Paulo entrou na pior crise de abastecimento de sua história, que está atingindo 17 milhões de pessoas nas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas. Mas não é somente o estado paulista que sofre com a escassez de água. Segundo levantamento feito pela Agência Nacional de Águas (ANA), seis das principais bacias hidrográficas brasileiras enfrentam problemas, ameaçando moradores de nove estados e do Distrito Federal. São cerca de 40 milhões de pessoas afetadas, ou seja, 20% da população brasileira.

A seca não está somente esvaziando os reservatórios. Está também abrindo as portas para escancarar a poluição. Com a falta de chuvas, a disponibilidade hídrica diminui drasticamente e o nível de poluição dos rios, lagos e reservatórios aumenta, e colabora inclusive, com o mau cheiro desses mananciais. “Com a redução de vazão na época seca, os corpos d’água que recebem lançamentos de esgotos passam a ter uma diluição menor, ou nenhuma diluição, da carga orgânica resultante destes lançamentos. O esgoto, principalmente o doméstico, possui elevada carga de nutrientes e gases formados nas tubulações que o coletam e se transportam até algum rio ou córrego. Este processo causa o mau cheiro natural, decorrente da acumulação do esgoto em leitos de rios secos”, afirma Álvaro José Menezes da Costa, presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL) e vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). Segundo ele, quando chove “os esgotos são misturados à vazão que os rios ou córregos assumem e há uma diluição, que pode levar a diminuição do mau cheiro”.

Para Mauro Banderali, especialista em instrumentação ambiental da Ag Solve, a baixa qualidade da água nos rios brasileiros é um dos principais problemas enfrentados pelas grandes cidades atualmente, pois, mesmo sem a estiagem, os mananciais apresentam níveis alarmantes de compostos presentes no esgoto industrial e doméstico, principalmente os que estão próximos aos grandes centros urbanos. “Por essa razão, o monitoramento das águas é essencial. Com o uso da tecnologia, é possível monitorar a qualidade do manancial e garantir às empresas de saneamento, a distribuição de uma água de maior qualidade à população”, explana. Além disso, Banderali explica que monitorar a qualidade da água ao longo do rio é fundamental para detectar uma contaminação ainda pequena e evitar que se espalhe, comprometendo todo o curso.

 

Lançamentos clandestinos são causa principal

Emília Wanda Rutkowski, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que o cheiro do rio só piora quando está recebendo uma alta carga de esgoto. “Normalmente, o que tem acontecido é que esgotos clandestinos estão sendo lançados nos mananciais. Como nessa época, o rio fica com um baixo volume de água, o volume do esgoto se sobressai”, analisa.

Os lançamentos clandestinos de esgotos são as principais causas de poluição dos mananciais que cortam os centros urbanos. “As localidades não atendidas com redes de esgotos e tratamento são a grande causa do lançamento de esgotos brutos em cursos d'água ou praias. Muitas vezes edifícios residenciais, hotéis e restaurantes ou até residências conectam suas ligações de esgoto nas galerias de águas pluviais para não pagar a taxa de esgotos devida aos operadores dos sistemas de esgotamento sanitário”, salienta Menezes da Costa.

 

Rios e o mau cheiro: fama é consequência da poluição

Segundo a professora Emília, da Unicamp, “não há rios mais famosos pelo mau cheiro e poluição do que a dobradinha Tietê/Pinheiros na cidade de São Paulo”. No entanto, em Campinas (SP), o Córrego Serafim, que corta o centro da cidade, na Avenida Orozimbo Maia, “está insuportável”, segundo a docente. “As pessoas tem tido dificuldades inclusive de permanecer no ponto de ônibus próximo ao córrego”, lamenta.

“Costumo dizer que cada cidade, principalmente as capitais, possui um Tietê para chamar de seu. Esse rio, apesar de todo trabalho desenvolvido pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e governos estaduais e municipais em São Paulo, segue como sendo o campeão de poluição e contaminação”, explica Álvaro José Menezes da Costa. Segundo ele, na sequência do Tietê, há uma cruel lista que inclui os rios Iguaçu (PR), Ipojuca (PE), Capibaribe (PE), Dos Sinos (RS), Gravataí (RS), Das Velhas (MG), Paraíba do Sul (que corta os estados de São Paulo, Rio de Janeiro  e Minas Gerais), Doce (que abrange os estados do Espírito Santo  e Minas Gerais) e Cuiabá (MT). “Como se vê, por trás de um grande rio poluído sempre há uma grande região metropolitana em destaque”, ressalta.

Para Menezes da Costa, o mais grave é que a falta de práticas gerenciais efetivas de implantação de sistemas completos de esgotamento sanitário e drenagem, faz com que rios poluídos apareçam em Rio Branco, no Acre, ou em Atalaia, em Alagoas, deixando claro que nem nas pequenas cidades é possível deixar de ver lançamento de esgotos diretamente nos rios.  “A causa mais visível e objetiva está na falta de implantação de sistemas de esgotamento sanitário, porém ela também é efeito da falta de ações governamentais”, analisa. “Ao longo de muitos anos, as ações governamentais padeceram da falta de recursos, de legislação para prestação dos serviços e de formas de licitar e contratar, que levem os projetos e obras a terem começo e fim.”

 

Tecnologia pode colaborar no monitoramento dos rios

Mauro Banderali relata que atualmente o monitoramento da qualidade das águas dos rios e córregos pode ser realizado através de equipamentos de alta tecnologia, capazes de mensurar parâmetros das águas superficiais. “Para essa função, a Ag Solve disponibiliza as sondas mutiparâmetros Aquaread, capazes de identificar uma infinidade de parâmetros com operações simples, baixo custo de manutenção e confiabilidade”, afirma o especialista. Segundo ele, as sondas Aquaread tem a função de mensurar a qualidade da água em tempo real, e o logger da Ag Solve (Ag Logger) permite o armazenamento e pré-tratamento do dado, validação e transmissão por celular, rádio ou satélite para um banco de dados para análise em tempo real ou futura.

As sondas Aquaread são consideradas as melhores sondas para qualidade da água do mercado, assegura Banderali. “Estão disponíveis nas versões AP 700, AP 800, AP 2000, AP 5000, AP 7000 (Saiba mais aqui). São capazes de mensurar parâmetros de qualidade da água com eficiência, facilidade e precisão, além de apresentar funções inéditas. Além disso, a compra do equipamento oferece vantagens como um ano de partes de reposição grátis, dois anos de garantia da sonda e display AM 200 e três anos de garantia do cabo”, recomenda.

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