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Notícias > Para onde vai o vento

Publicado em 21/08/2013

Vento pode influenciar o crescimento das plantas nas lavouras, mas estações meteorológicas automáticas contribuem para monitoramento e tomada de decisões que evitam prejuízos

O vento é um elemento do clima que influencia diretamente as lavouras, podendo interferir no crescimento das culturas e, consequentemente, na quantidade de matéria seca das plantas cultivadas. Por essa razão, a presença de ventos excessivos e contínuos mostra-se como um grande problema nas áreas rurais, exigindo do produtor a adoção de práticas de proteção e monitoramento das culturas.

Sebastião Antônio Azevedo Resende, geógrafo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), salienta que muitas características fisiológicas das culturas podem ser alteradas pela influência negativa dos ventos. “Dentre elas pode-se citar: maior proporção de raízes em comparação com a parte a aérea, o que resultará em gastos excessivos de energia pela planta; características xerófilas, como maior largura e espessura das folhas; redução na altura e na produção de matéria seca das plantas”.

De acordo com o pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Jurandir Zullo Junior, o vento pode interferir diretamente na agricultura através de fatores como a distribuição da irrigação e dos defensivos agrícolas. “Também podem ocorrer problemas de danos físicos como a quebra da planta. Além disso, o vento é um agente erosivo e quando o solo é desagregado pelo impacto da água, podem ocorrer tempestades de areia, que são mais comuns em regiões de deserto”. Ele comenta que, apesar destes fatores, o vento é um importante agente polinizador.

Mauro Banderali, especialista em instrumentação hidro-meteorológica da Ag Solve afirma que o sucesso da lavoura depende diretamente do monitoramento dos ventos, realizado durante o período de desenvolvimento das plantas. “Através do monitoramento do vento, que pode ser realizado por meio de uma estação meteorológica automática, é possível localizar informações sobre direção e velocidade dos ventos e vendavais e tomar decisões imediatas quando algum risco para a plantação for detectado”, explana.

Ventos e o crescimento das plantas

Sebastião Antônio Azevedo Resende, da UFU, explica que os ventos afetam o crescimento das plantas sob três aspectos principais: transpiração, absorção de CO2 e efeito mecânico sobre as folhas e ramos. “A transpiração tem relação direta com a velocidade dos ventos, sendo maior quando os ventos foram mais fortes. O efeito dos ventos na transpiração varia de acordo com a temperatura e a umidade do ar do microclima local. Por exemplo, nos climas áridos, os ventos secos e quentes causam o rápido murchamento das plantas, devido à baixa umidade do ar no local”.

Em relação à absorção de CO2 (gás carbônico), o geógrafo afirma que o efeito dos ventos geralmente tem características benéficas para as plantas, visto que a fotossíntese aumenta com um maior suprimento de CO2, que por sua vez é favorecido pela turbulência. “Já o efeito mecânico sobre as folhas e ramos tende a ser prejudicial, visto que folhas danificadas têm sua capacidade de translocação e fotossíntese reduzidas”.

De maneira geral, todas as culturas podem sofrer com os efeitos negativos do vento. “No entanto, aquelas com maior porte e as perenes tendem a sofrer mais. As primeiras sofrem com o tombamento provocado por ventos fortes. Já as segundas, por permanecerem o ano todo no campo, acabam recebendo influência dos ventos que ocorrem mais intensamente em determinadas épocas do ano para cada região. Dessa forma, culturas como cafeeiro, videira, até mesmo por existirem muitas lavouras em regiões montanhosas, são exemplos que merecem cuidados especiais com a direção e velocidade dos ventos dominantes do local de cultivo”, detalha Resende.

Monitoramento faz a diferença

Jurandir Zullo Junior ressalta que uma das formas de realizar o monitoramento dos ventos é consultar previsões meteorológicas, como as que são feitas pela CEPAGRI e disponibilizadas na página: www.cpa.unicamp.br. “No entanto, o vento muda muito, é muito variável e por isso, não é um elemento simples de acompanhar, tanto que as medidas normalmente são muito pontuais e para ter uma estimativa mais precisa da velocidade, é preciso uma escala internacional”.

Sebastião Resende aponta que a identificação da direção predominante dos ventos em certa região é de grande importância para o sucesso no cultivo agrícola. “Ao evitar faces do terreno com predominância de ventos constantes, pode-se evitar gastos desnecessários com a implantação de quebra-ventos, além de evitar reduções de produtividade na cultura. Efeito semelhante é observado para a velocidade desses ventos, visto que ventos fortes podem provocar danos mecânicos irreversíveis nas plantas cultivadas, reduzindo consideravelmente sua capacidade fotossintética”, complementa.

Mauro Banderali, da Ag Solve, explana que os dados sobre a direção/ velocidade dos ventos, obtidos através da estação meteorológica automática, são armazenados em um equipamento chamado datalogger. “O datalogger é um processador de informações da estação meteorológica automática que indica para os agricultores como proceder em situações que podem ser prejudiciais às lavouras”, finaliza o especialista.

Para maiores informações sobre as estações meteorológicas automáticas, entre em contato com a Ag Solve pelo e-mail vendas@agsolve.com.br ou pelo telefone (19) 3825 – 1991.

 

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