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Notícias > Eco-arquitetura é alternativa para construção sustentável

Publicado em 13/07/2007

O impacto que as construções causam no planeta vai além do espaço que ocupam e da beleza exposta nas calçadas. Os resíduos do descarte de entulhos amontoam-se nos lixões e, com o passar do tempo e o avançar das mudanças climáticas, começam a preocupar os arquitetos. Por isso, surgiram profissionais espalhados pelo mundo que empregam materiais biodegradáveis ou reciclados em suas obras arquitetônicas. É a eco-arquitetura.  No entanto, para se tornar algo impactante, a nova forma de construir ainda precisa de apoio público e privado.

Para tentar diminuir a agressão ao meio ambiente, os eco-arquitetos usam materiais alternativos em suas construções, como resíduos sólidos das indústrias no lugar de brita e areia. “Procuramos alternativas que reduzam o custo de produção, substituindo materiais e reaproveitando o que as pessoas chamam de lixo, mas para nós seria resíduo”, explica a pesquisadora e professora da PUC-Campinas, Rosa Cristina Cecche Lintz. Rosa  é membro de um grupo que estuda a aplicação de resíduos industriais e como incorporá-los em materiais como argamassa e cimento. “Esta seria uma maneira de solucionar o problema habitacional brasileiro”, observa.

Segundo Rosa, “para se chegar ao desenvolvimento sustentável, é preciso que indústrias e governos colaborem preferindo formas mais limpas de energia e estimulando a reciclagem”. De acordo com sua pesquisa, o descarte de concreto produz entre 10 e 11 bilhões de agregados não renováveis, além de consumir 1 trilhão de água anualmente. A produção de cimento gera cerca de 1,6 bilhões de toneladas de resíduos por ano, além de, durante sua fabricação, ser responsável por 7% do total de dióxido de carbono lançado na atmosfera.

Para a arquiteta especializada em paisagismo Noemie Nelly Nahum, membro do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), há formas de se reorganizar a estrutura de uma cidade, utilizando os espaços públicos de maneira mais eficiente e saudável. Ela cita a experiência realizada em Sete Lagoas/MG, onde foi plantada uma horta pública no canteiro central de uma avenida. No local, com o uso de uma lona, foi criado um reservatório de água de chuva para irrigar a plantação. “As pessoas podem comer o que é produzido. Há um cuidado com poluição, certamente, mas é uma avenida tranqüila”, esclarece.

Outro problema para as cidades é o descarte de pneus, que, por lei, não podem ir para lixões ou serem queimados. A arquitetura já conseguiu uma forma de aproveitá-lo. “Atualmente vão para empresas que os trituram e separam em diferentes granulometrias (tamanhos). Dependendo da espessura, são utilizados no asfalto, como alimento de forno de cimenteira e até substituem a areia”, explica Rosa.

Noemie lamenta que há pouco apoio das prefeituras para o aproveitamento dos espaços públicos. “Atualmente as cooperativas estão ligadas à economia, porém se estivessem ligadas às escolas, seria mais interessante”. “Enquanto os pais e avós trabalhariam em hortas públicas, as crianças aprenderiam sobre elas”, imagina a arquiteta.

A pesquisadora Rosa concorda com a visão de Noemie e alerta que muitos municípios desrespeitam as leis ambientais, e poderiam colaborar com a divulgação da eco-arquitetura. “Os municípios deveriam ter elaborado seus ‘Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil’ até 2005. Esse plano diz que toda cidade deveria ter uma usina de reciclagem de materiais usados na construção civil, no entanto, essa não é ainda uma realidade”, lamenta Rosa.

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