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Notícias > CMT facilita o monitoramento de áreas contaminadas

Publicado em 13/07/2007

 “A lista de áreas contaminadas no Estado de São Paulo vem aumentando expressivamente ao longo dos anos, preenchida com casos recentes e, até mesmo, ocorrências históricas”. Esta é a afirmação do pesquisador Eduardo Dutra de Armas, do Laboratório de Microbiologia Molecular, do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Armas e o pesquisador Marcio Rodrigues Lambais, responsável pelo laboratório, participam atualmente de projeto de estudo de investigação e remediação de área contaminada encontrada na metalúrgica Zanettini Barossi S/A Indústria e Comércio, em São Paulo, SP. Com ajuda dos poços multiníveis CMT, os profissionais otimizaram tecnicamente o seu trabalho.

Segundo Lambais, no bairro Vila Carioca, onde se localiza a metalúrgica, “há grande número de focos de contaminação devido à intensa atividade industrial por muitos anos”. Por causa de um caso de contaminação de solo e água subterrânea, por parte de uma distribuidora de combustíveis, a Cetesb determinou a implantação de uma campanha de investigação da situação ambiental regional. Investigações preliminares e confirmatórias apontaram a existência de um foco de contaminação sob a área da Zanettini Barossi. “Foi constatada a ocorrência de compostos orgânicos voláteis, comumente chamados VOCs, em concentrações acima dos limites de intervenção da Cetesb”, explica Armas.

A localização da fonte da contaminação era desconhecida, por tratar-se de produto utilizado como desengraxante até o final da década de 80. A manipulação era feita em sistema fechado, em diferentes áreas da planta industrial ao longo dos anos, não havendo qualquer relação com o caso inicialmente investigado. O pesquisador Eduardo Dutra de Armas explica que “o produto, denominado tetracloroetileno (percloroetileno), possui uma via de degradação microbiológica que leva a formação, em anaerobiose, de tricloroetileno, cis e trans-1,2-dicloroetileno e cloreto de vinila”.
 
“Ao longo do processo, buscou-se a fonte da contaminação por meio de informações históricas, que pudessem fornecer indícios de sua mais provável localização. Depois disso, uma rede de poços de monitoramento em profundidades distintas deveria ser instalada”, esclarece Lambais. No entanto, era preciso considerar as limitações de espaço físico e reduzir o impacto das atividades sobre o processo industrial. “O que nos fez pensar em métodos alternativos para amostragem de água subterrânea em múltiplos níveis. O conhecimento dos produtos da Ag Solve foi o aspecto crucial para avaliação das vantagens do sistema de monitoramento multinível em tubo contínuo, o CMT, e da viabilidade técnica de implantação na área”, acrescenta Lambais. O desafio do projeto foi o pioneirismo no uso de uma tecnologia nova, o que, segundo Armas, só foi possível devido “ao apoio da empresa Zanettini Barossi para a implantação do sistema, que se mostrava adequado, apesar da incerteza de sucesso”.
 
 Facilidade e confiabilidade
 
A parceria com a Ag Solve, no projeto CMT, começou no final de 2005. Os pesquisadores destacam, entre as vantagens do sistema, a possibilidade de prepará-lo com relativa facilidade e sem despender muito tempo, no próprio local de instalação, após a obtenção de dados hidrogeológicos. Para eles, o sistema CMT apresenta outras vantagens como baixo custo relativo e fácil instalação e manutenção; instalação com técnicas comuns de perfuração; possibilidade de monitoramento de sete zonas independentes com um único poço e ausência de juntas de acoplamento, responsáveis por vazamentos e aumento no custo. O sistema possibilita ainda o posicionamento das portas de amostragem em qualquer altura ao longo da extensão do tubo, um reduzido volume de purga e grande repetibilidade de resultados analíticos com amostras de água ou vapor. A ausência de contaminação cruzada, devido ao perfeito selamento entre as zonas de amostragem e ao curto tempo de exposição da perfuração, garante uma adequada caracterização tridimensional de plumas de contaminantes e descomissionamento. “É uma excelente opção para locais com espaço limitado, onde há restrição à instalação de vários poços convencionais para a caracterização da pluma em profundidade”, assegura Armas.
Hoje, os estudos encontram-se na etapa de Investigação Detalhada para determinar a extensão do problema, em escala tridimensional. Em paralelo, esses e outros pesquisadores do Laboratório de Microbiologia Molecular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), trabalham para otimizar o processo de remediação da água subterrânea com o uso de bactérias selecionadas no próprio local investigado. A pesquisa detectou que as bactérias possuem capacidade para degradar os contaminantes ali existentes. “Poucos são os organismos descritos na literatura científica capazes de degradar estes compostos”, observa Lambais. Ele acrescenta que “esses microrganismos não podem ser cultivados em meios de cultura tradicionais, exigindo a utilização de técnicas avançadas de biologia molecular para determinar sua existência e atividade no local contaminado”.
As pesquisas, aliadas à instalação do quarto sistema CMT, fazem os pesquisadores acreditar ser possível modelar matematicamente, de forma mais eficiente, o real volume e a extensão da pluma de contaminantes. “Desta forma, podemos minimizar os custos e maximizar a eficiência do processo de biorremediação em fase de implantação”, conclui Armas.
 

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