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Publicado em 30/05/2012
Geólogos: salvando vidas

Prevenção e monitoramento de desastres naturais no Brasil estão comprometidos por falta de geólogos

*Por Mauro Banderali

Os fenômenos climáticos são sinônimos de problema em diversos estados brasileiros há alguns anos, especialmente em época de chuvas. No entanto, o que pouco se discute é o que ocorre há muito tempo no país: a escassez de geólogos, profissionais capacitados para realizar estudos sobre os riscos de desabamento em áreas vulneráveis e planejamentos de ocupações urbanas em regiões próximas a mananciais, entre outras atividades.

O Brasil possui somente 19 faculdades que disponibilizam o curso e uma média de 200 a 400 geólogos se formam por ano. Segundo dados do Sindicato de Geólogos do Estado de São Paulo, o Brasil necessita da formação de pelo menos mais 500 geólogos por ano, sendo 300 deles para atuar na área de petróleo e gás, setor que mais utiliza os serviços destes profissionais.  Atualmente, a área de petróleo e gás possui 2,5 geólogos atuantes e o setor de mineração, tem 2,3 em todo o país.

A atuação deste profissional também é relevante na área de perfuração de poços, nas questões relacionadas à contaminação de água e solo, em hidrogeologia de contaminação e em avaliação de risco toxicológico para áreas contaminadas, apresentando a tecnologia disponível para cuidados de prevenção e reabilitação de espaços que de outra forma não poderiam ser usados.

Mas é o setor de prevenção e monitoramento de desastres que mais sofre com a falta de geólogos no mercado. O Brasil, que antes não registrava muitos problemas de ordem climática, passou a conviver com a intensificação das chuvas e dos extremos climáticos, mas o mercado não acompanhou este crescimento. De acordo com um levantamento da Câmara dos Deputados apresentado em 2011, o país tem pelo menos 735 municípios com pelo menos cinco áreas de risco. Destas, apenas 25 cidades dispõem de cartas geotécnicas, ou seja, mapeamentos de morros e encostas, ferramenta que poderia salvar muitas vidas.

O trabalho do geólogo na prevenção e monitoramento dos desastres naturais é extremamente importante, pois ele é responsável por fazer a topografia de relevos vulneráveis e classificar o volume de chuva que podem acarretar deslizamentos, além de ler dados sobre o volume de água no solo. Por essas e outras funções, o Brasil deve incentivar a formação destes profissionais especializados para que cada vez mais vidas possam ser salvas através de um mapeamento e monitoramento seguro.
 
*Mauro Banderali é especialista em Instrumentação Ambiental

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