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Notícias > Monitorar chuvas é sinônimo de planejamento

Publicado em 16/01/2008
Empresas privadas, agricultores e governo precisam conhecer bem o regime das chuvas para poder planejar e gerir suas atividades. Seja em fazendas de pinus, eucalipto, milho, soja, quanto em uma indústria que tenha uma represa que abastece a fábrica, ou uma usina hidrelétrica (que precisa saber o quanto de água cai na bacia hidrográfica que alimenta o rio e que, por sua vez, move o gerador de energia da usina). Segundo o engenheiro civil hidrólogo do Centro Tecnológico de Hidráulica do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE-CTH/USP), Gré de Araújo Lobo, o monitoramento é extremamente importante, pois as chuvas também variam muito de local para local, variam muito ao longo do tempo e apresentam alterações ainda não totalmente conhecidas - as chamadas alterações climáticas que ainda necessitam de muitas pesquisas. “Cada região brasileira apresenta características diferentes de outras, e daí surge a necessidade de conhecer bem os dados locais. Outro ponto importante é que o monitoramento ajuda a conhecer o passado (séries históricas), o presente (o que está acontecendo no momento ou nos últimos dias), e o futuro (estimar de forma aproximada a tendência das chuvas na região). São inúmeras as aplicações, pois toda a sociedade, em diversos campos, depende da água”, afirma ele.
 
Ciclo
Gré explica que o ciclo hidrológico, de forma simplificada, apresenta uma entrada (a precipitação) e uma subdivisão dessa entrada: parte da água evapora e volta para a atmosfera - cerca de 75%; parte se infiltra no solo - se o solo é mais arenoso ou mais argiloso, a infiltração é maior ou menor; e parte dela escoa superficialmente, a água que vai para os rios nas cheias. Essa água toda acaba chegando, mais cedo ou mais tarde, ao mar, de onde evapora novamente, formando nuvens que se precipitam, reiniciando o ciclo. “Monitorar as chuvas é exatamente a forma que possibilita medir a quantidade e distribuição da água que entra em um sistema.Se soubermos o tipo de uso e ocupação do solo, podemos estimar a distribuição da quantidade de água que vai para cada local. Por exemplo, uma chuva caída em uma área urbana altamente impermeabilizada produz muito mais água escoando superficialmente - e que vai para os rios - do que a mesma chuva caída em um ambiente rural. Fazendas com culturas onde há solos com terraceamento adequado produzem menos enxurradas e erosões do que outras com culturas mal conduzidas”, diz ele.
 
Monitoramento

A chuva é medida por meio de pluviômetros manuais ou automáticos, que são essencialmente funis calibrados que captam a água da chuva. A medida é feita normalmente em milímetros (mm). Um milímetro representa um litro de água precipitada em um metro quadrado de terreno. Entre os equipamentos mais modernos está o Pluviômetro Automático da Ag Solve, um sistema remoto que coleta dados da chuva e possibilita o monitoramento autônomo e contínuo do volume pluviométrico, disponibilizando dados de máxima, mínima e média intensidade de chuvas no período. Ele é composto por um sensor de precipitação tipo báscula, construído em plástico ABS, por uma datalogger multi-canal já preparada para receber novos sensores no futuro, o sistema de alimentação (bateria 9V ou bateria externa com painel solar), e o suporte metálico.
    
Profissionais e Pesquisas
Segundo o engenheiro do DAEE-CTH/USP, há muitos profissionais, engenheiros, geólogos, meteorologistas, entre outros, trabalhando e pesquisando assuntos relacionados às chuvas no Brasil, dado que toda a sociedade depende da água e o conhecimento de suas características é fundamental para o planejamento e gestão dos recursos hídricos. “Como o país é enorme, as características das chuvas variam também enormemente, gerando uma demanda muito grande por pesquisas e aplicações práticas. Felizmente, temos uma boa capacitação técnica nesse assunto”, explica ele.

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