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Notícias > Urbanização desenfreada é um dos problemas para abastecimento público

Publicado em 22/03/2011

Realização de monitoramento é importante para acompanhar a qualidade das águas que sai das torneiras

A proteção do entorno dos reservatórios pode ser feita com revegetação a partir de espécies nativas da própria região e também com o controle das ocupações urbanas irregulares em seus arredores. Grandes reservatórios do país, como as represas Billings e de Guarapiranga, localizadas na Região Metropolitana de São Paulo (SP), sofrem as consequências  deste processo. Essas ocupações substituem as florestas nativas das margens, o que compromete a qualidade adequada ao abastecimento público. Além disso, as atividades humanas ocasionam o lançamento de uma maior quantidade de poluentes no reservatório, já que muitas delas não possuem infraestrutura de saneamento.

Todos estes fatores podem causar o aumento do PH da água, a diminuição do teor de oxigênio, a alteração na qualidade além do desaparecimento gradual da represa. “A diminuição no nível do lago é causada pelo assoreamento e pela eutrofização, responsáveis pelo aumento do número de matérias (bactérias, fungos e protozoários) e de vegetação no local. A curto prazo, as preocupações maiores são com a piora da qualidade da água nas torneiras e o aumento significativo dos custos de tratamento,” observa o engenheiro ambiental, Daniel Brooke Peig.

Mas não são somente reservatórios que abastecem a maior cidade do país que vivenciam esta realidade. Isto também acontece na Região Metropolina de Campinas (SP), distante menos de 100 quilômetros de São Paulo. Em Indaiatuba (SP), onde está localizada a Ag Solve, Patrícia Rodrigues da Silva é a bióloga responsável pela Seção Microbiológica e Hidrobiológica do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Ela afirma que “o principal impacto nas bacias hidrográficas mais urbanizadas ainda é o lançamento de efluentes sanitários de residências e empresas sem nenhum tratamento, o que ocorre, por exemplo, nas bacias dos rios Piracicaba e Capivari”. Segundo a bióloga, “outro fator que contribui para a eutrofização é a poluição inorgânica, bem como o uso inadequado de fertilizantes e agrotóxicos que atualmente representam uma grande fonte de contaminação para os mananciais superficiais e para os lençóis freáticos”.

De acordo com a bióloga, o SAAE de Indaiatuba realiza o monitoramento diário dos principais mananciais utilizados para captação para que as fontes poluidoras possam ser detectadas, além de promover projetos de educação ambiental, tratamento de esgoto e combate às perdas.

Segundo a Sanasa, empresa de abastecimento público de Campinas, a captação da água na cidade é feita através de rios (Rio Atibaia e Rio Capivari) e não de represas. “Existem sim represas à montante dos pontos de captação, mas estas se encontram fora dos limites de município. Mesmo assim, a Sanasa monitora a qualidade destas represas e de outros pontos relevantes no percurso dos rios a fim de manter histórico e de orientar as estações de tratamento de água sobre as condições da água bruta”, é o que declara Ana Cristina Persicano Pinto, bióloga do Laboratório Central da empresa.

De acordo com o Agente Ambiental de Campinas da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), Thyago Vieira Alves, “em rios, mesmo com concentrações de nutrientes elevadas, o ambiente, em geral, não favorece o crescimento intensivo de algas e cianobactérias”. Ainda segundo o agente, a CETESB realiza sistematicamente em Campinas o controle dos poluentes e nutrientes em meio hídrico que são lançados pelas indústrias e pelos usuários domésticos, por meio do processo de licenciamento ambiental, quando são feitas exigências técnicas para atendimento aos padrões legais de emissão e de qualidade da água. “Existem algumas represas utilizadas para fins recreacionais no município, como a represa do Taquaral, onde foram realizadas algumas ações no ano passado para controle da eutrofização, como a eliminação de lançamentos de esgotos domésticos e eliminação de ligações clandestinas em galerias de água pluviais”, declara Thyago.

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