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Notícias > Mudança de hábito pode fazer problemão virar sabão

Publicado em 26/11/2007

Você sabia que um litro de óleo de cozinha nos rios contamina cerca de 1 milhão de litros de água, o equivalente ao consumo de uma pessoa em 14 anos? O óleo vegetal é muito utilizado no dia-a-dia das pessoas, principalmente na culinária, e pode ser reconhecido também em diversos alimentos com a chamada “gordura trans”. “As gorduras trans são um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação natural, encontrado principalmente nos alimentos industrializados como sorvetes, batata-frita, salgadinhos de pacote, pastelarias, bolos, biscoitos, entre outros; bem como as gorduras hidrogenadas e margarinas. Quando o óleo usado é descartado em pias, ralos e privadas, entope a tubulação e polui os rios, causando danos graves ao meio ambiente. Pouca gente sabe, mas diversas empresas reutilizam o óleo de cozinha comestível para a fabricação de seus produtos a partir do reaproveitamento dos componentes químicos desse óleo”, afirma Fabrício França, Diretor de Operações do Instituto Triângulo. Os usos mais comuns são para fabricar sabão, detergente, massa de vidraceiro, resinas, colas, tintas e combustível – o biodiesel.

 

Duas organizações não-governamentais da capital paulista já realizam há alguns anos o trabalho de coleta e reciclagem de óleo de cozinha usado: o Instituto Triângulo e a Ong Trevo. Ambas trabalham, principalmente, por meio de parcerias com estabelecimentos cadastrados, entre eles, restaurantes, empresas, hospitais, clubes e condomínios. A ong Trevo, sucessora da empresa Costacoi, atuante desde fevereiro de 1992, é uma das pioneiras na coleta e reciclagem de resíduos de óleo e gordura de fritura. Cerca de 250 toneladas de resíduos são coletados por mês. Em setembro, a ong fez parceria com a SíndicoNet, empresa que representa cerca de 15 mil condomínios em São Paulo, por meio de uma ação idealizada pelo escritório Mendonça do Amaral Advocacia. Eles lançaram o Projeto “Óleo Vivo”, ação social de coleta seletiva de óleo de cozinha usado em condomínios da cidade de São Paulo. “Foram doadas bombas coletoras da ong Trevo para os edifícios que aderiram ao projeto, além da realização de um trabalho informativo com os moradores sobre as melhores maneiras de reciclar o óleo de cozinha. A coleta está sendo realizada em 50 torres de edifícios, em 5 condomínios diferentes”, conta Paulo Roberto Visani Rossi, advogado do escritório Mendonça do Amaral Advocacia que formulou o projeto. Segundo o advogado, até agora, 60 quilos de óleo foram coletados e já há previsão de expansão do projeto para março de 2008. “Temos uma fila de espera de 50 condomínios que querem implantar o projeto”, diz Paulo. No Instituto Triângulo a forma de atuação é parecida, ela é feita por meio dos chamados ‘multiplicadores’, empresas que se dispõem a coletar os resíduos e multiplicar o trabalho. “Nas empresas parceiras, há um coletor do Instituto para que as pessoas depositem o óleo de cozinha em garrafas PET. Quando está cheio, a empresa liga para o Instituto e vamos recolher. Qualquer pessoa da região metropolitana de São Paulo pode participar da campanha doando o óleo de cozinha usado. Para isso, basta ligar e agendar a coleta. Pedimos apenas que a pessoa guarde uma quantidade mínima de 5 litros para que a coleta seja economicamente viável”, explica Fabrício.

 

Após a reciclagem, o material recolhido vai para indústrias químicas de diversos segmentos, e também é utilizado para fabricação de sabão, nas próprias ongs. Por enquanto, no Instituto Triângulo, o óleo reciclado é destinado somente para a fabricação de sabão e é vendido apenas para as pessoas que doam. “O óleo consegue exemplificar, em uma única ação, os três aspectos do desenvolvimento sustentável. Quando a pessoa deixa de descartar seus resíduos na pia, ela está praticando a preservação ambiental. Ela está deixando de entupir o seu encanamento, impermeabilizar os solos e contaminar a água. Depois, quando ela doa o óleo, a pessoa está incentivando a inclusão social, pois está gerando emprego e renda para os jovens que trabalham no instituto reutilizando o resíduo para a fabricação do sabão. E finalmente, quando a pessoa compra o sabão, um produto ‘ecoeficiente’, a pessoa aprende o que é o consumo consciente. É a mesma coisa que na hora em que ela está fazendo compras e tem dois produtos idênticos na prateleira do supermercado, ela optar por aquele que tem uma marca socialmente mais responsável, uma embalagem ecologicamente mais correta e não apenas pela questão financeira”, finaliza ele.

 

Mais informações:

 

ONG Trevo

www.trevo.org.br

 

Instituto Triângulo

www.triangulo.org.br

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