Notícias > Distribuidores de Combustíveis e os Riscos do BTEX
Em meio ao cheiro característico dos postos de combustíveis, um perigo se esconde: o BTEX. Sigla para Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xileno, esses compostos químicos presentes no combustível fóssil representam uma ameaça à saúde dos frentistas e distribuidores.
Invisíveis e voláteis, os vapores do BTEX podem ser facilmente absorvidos pelo organismo através da respiração, ingestão e, o mais preocupante, contato com a pele. Essa exposição crônica está associada a diversos problemas de saúde, incluindo doenças respiratórias, problemas neurológicos, câncer e problemas reprodutivos.
Estudos realizados em distribuidoras, postos de combustíveis no Brasil revelaram um cenário preocupante: em muitos casos, os níveis de BTEX, especialmente do benzeno, estão acima dos limites recomendados, expondo os trabalhadores ao risco de doenças graves. É sabido que a contaminação do solo e da água por esses compostos provenientes da distribuição de combustíveis, porém é negligenciado o fato que o armazenamento inadequado agrava esse risco, não apenas pela inalação mas também pela exposição da pele aos conhecidos VOCs, a fração volátil dos combustíveis.
A pele, muitas vezes subestimada, também serve como porta de entrada para os vapores do BTEX, aumentando os riscos à saúde. Estudos em ratos mostraram que a permeabilidade da pele a esses compostos é maior do que em humanos, mas ainda assim representa um risco significativo.
Entende-se assim que o simples uso de EPIs para a respiração não basta, é necessário o monitoramento dos vapores tóxicos e nocivos com equipamentos sensíveis e precisos para quantificar o risco, em especial para estes componentes onde concentrações extremamente baixas já são prejudiciais à saúde, como é o caso do Benzeno.
Proteger a saúde dos frentistas e distribuidores de combustíveis é um dever de todos. Através da conscientização sobre os riscos do BTEX, da implementação de medidas preventivas como o uso de EPIs, ventilação adequada, treinamento e monitoramento ambiental, e da busca por alternativas ao combustível fóssil, podemos construir um futuro mais seguro e saudável para esses trabalhadores essenciais.
Muitos equipamentos utilizam o princípio da fotoionização para medir as concentrações de VOC, mas apenas dispositivos muito específicos, como o ULTRARAE, desenvolvido especialmente para a quantificação de benzeno em níveis de contaminação.
Como se Proteger?
Embora a eliminação total do risco seja inviável, existem medidas que podem minimizar a exposição ao BTEX e proteger a saúde dos trabalhadores:
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Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luvas, máscaras e óculos de proteção são essenciais para barrar o contato direto com o combustível e seus vapores.
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Ventilação Adequada: os postos de combustíveis devem ter sistemas de ventilação eficientes para garantir a renovação do ar e reduzir a concentração de COVs no ambiente.
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Treinamento e Conscientização: os trabalhadores precisam estar cientes dos riscos do BTEX, das medidas de proteção e da importância de seguir os protocolos de segurança.
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Monitoramento Ambiental: o monitoramento regular dos níveis de BTEX no ar é crucial para identificar e controlar os riscos com detectores precisos e de elevada sensibilidade.
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Alternativas ao Combustível Fóssil: a busca por fontes de energia renováveis e menos poluentes é fundamental para reduzir a exposição ao BTEX a longo prazo.
A Responsabilidade é Compartilhada
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Empresas: devem garantir condições de trabalho seguras e fornecer os EPIs adequados aos seus funcionários.
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Governo: deve implementar políticas públicas que regulamentem a qualidade do ar nos postos de combustíveis e estabeleçam limites de exposição ao BTEX.
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Trabalhadores: devem se conscientizar dos riscos, utilizar os EPIs corretamente e seguir os protocolos de segurança.
Juntos, podemos combater o perigo invisível do BTEX e garantir um ambiente de trabalho mais seguro para todos!